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Evite conflitos ao desligar os "temidos" equipamentos eletrônicos

17 de janeiro de 2024

Evite conflitos ao desligar os

A gente sempre escuta que a criança deve viver sem telas, que esse seria o ideal de uma criação mais saudável. Mas, já tem muito tempo que nem a Disney mais trabalha com figuras e contextos ideias. Nós, pais mortais tentando nosso melhor, fazemos as coisas com os pés na realidade. Ou seja, as telas vão fazer parte do dia a dia, em alguns lares mais, em outros menos. Isso não nos tira a responsabilidade de tentarmos dosar da melhor forma possível, mas, é isso que temos para hoje. 

Pois bem, então como tentar deixar isso um pouco mais fácil de manejar? 

Aqui, vamos tentar pensar uma forma simples (nem sempre fácil, devo confessar, mas com alta taxa de sucesso se aplicado com constância) de engajar a criança a cooperar com o andamento da rotina e conseguir se desvincular de uma atividade eletrônica de forma mais tranquila. Vamos pegar o videogame como modelo. 

Passo 1 - primeira coisa a fazer com ela é estabelecer um combinado que deve ser cumprido todos os dias. Esse combinado (e isso é muito importante) preferencialmente deve ser estabelecido com antecedência. Digamos que a criança precise desligar o videogame para jantar em família. Pronto, estabelecido isso, vamos para o passo 2. 

Passo 2 - quando chegar a hora de cumprir o tal combinado e a criança estiver jogando, vá e fale com ela com UMA frase com 10 palavras ou MENOS. Exemplo: "Filho, vamos jantar. Você desliga o videogame ou eu desligo?” ou até “Filha, hora do jantar, por favor desligue o videogame”.

Passo 3 - depois disso espere uns minutinhos e, caso ele não tenha parado, vá e desligue você mesma o jogo ou a tv, SEM SERMÃO e sem brigar. Ok, em alguns casos, você pode até lembrar novamente para desligar, ir orientando, vai da situação. Mas, a ideia é não engajar demais em “falatórios” e sim em AÇÃO. 

Uma observação importante, caros amigos pais: haverá protestos, recusas e até chororôs. Normal, certo? E aqui lembro a vocês uma coisa importante: Não adianta brigar, gritar e afins. Frases como “Para de choro, todo dia é isso, eu avisei que ia desligar!” só colocam lenha na fogueira (mesmo que isso alivie nossa constante vontade de gritar nas situações difíceis). Ao invés disso, acolha a criança, converse, distraia e conduza. 

Certo, mas por que esse manejo é interessante e efetivo? Isso é eficiente por duas razões: 1) sermões não funcionam e desgastam todo mundo; 2) as crianças estabelecem uma rotina muito mais fácil quando os pais agem ao invés de falarem, criança lida bem com rotina e combinados. É a segurança que a certeza do que “vai vir” traz para ela, mesmo que não seja uma coisa que ela ame fazer. O vincular-se e desvincular-se de alguma atividade fica muito mais tranquilo quando torna-se um hábito, e hábitos se estabelecem com constância, segurança e apoio. 

Fico na torcida aqui para que isso ajude vocês. 

Um abraço!


Henrique Costa Barros
Psicanalista e Educador Parental
@paz_e_filhos